Uma cena pode ter múltiplos subtextos. Por isso mesmo, não existe uma metáfora para a encenação deste espectáculo, mas antes uma multiplicidade de metáforas e possibilidades de leitura, que visam levar ao extremo dois pressupostos simples e concretos: a possibilidade da criação de uma ficção, um "fingimento" que a imagem bidimensional da tela propicia, e, por oposição, a criação de uma verdade tridimensional, assente na realidade de uma situação de presença espaço-tempo, que o teatro permite. Trata-se pois, para nós, de uma vertigem. Uma vertigem simbólica e figurativa que pode ter múltiplas leituras e interpretações e não é nossa intenção reduzir a amplitude de leituras possíveis do espectáculo, ainda assim, assolados por essa vertigem, perguntamo-nos: porque temos a necessidade de criar ficções? Porquê essa necessidade de criar mundos imaginários mais perfeitos que o mundo real? Terá o artista que colocar esta obrigatoriedade no seu exercício de funções? Terão os fazedores de Teatro que submergir o espectador em mundos inalcançáveis ou inatingíveis, onde tudo pode ser perfeito e possível?
Fotografias de Ana Lúcia Cruzsábado, 22 de março de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário