terça-feira, 23 de dezembro de 2008
O Tempo? O tempo não existe...
Santo Agostinho, Confissões - Livro XI, Cap. XIV
sábado, 6 de dezembro de 2008
sábado, 22 de março de 2008
Vertigem (2007/2008)
Vertigem é um espectáculo que cruza as linguagens do teatro, da performance e do vídeo, resultante de um processo contínuo de criação que teve a sua primeira fase em Março e Abril de 2007, culminando numa apresentação pública a 21 de Abril, no Centro Cultural de Alfena (Valongo). Posteriormente realizou-se uma segunda fase de criação, entre Novembro de 2007 e Janeiro de 2008, que estreou a 9 de Janeiro de 2008, no Teatro Carlos Alberto, inserida no festival 30 por Noite, organizada pelo Teatro Nacional São João.
Sinopse
Sonho, medo, tentação súbita, acto impetuoso e irreflectido, desejo obscuro: a face oculta de um icebergue manifesta-se nas acções mais banais e quotidianas. A esta experiência está associada uma vertigem, uma tontura face a algo inexplicável e desconhecido. É sob este signo vertiginoso que três personagens são colocadas num tempo e num espaço cujas coordenadas lhes são desconhecidas. Reféns de uma ficção, habitam um tempo indefinido, que se submerge em analepses e prolepses, e um espaço hermeticamente fechado, mas vigiado. A acção reside precisamente no desejo de descobrir e compreender este novo espaço-tempo.
Direcção e Dramaturgia: José Nunes Assistência de Direcção: Luís Miguel Félix Vídeo: Telmo Sá Interpretação: Joana Luz Figueira, Margarida Vasconcelos*,
Classificação Etária: Maiores de 16
Duração Aproximada: 60 minutos
Estreia (1ª Fase de Criação): 21de Abril de 2007 – Centro Cultural de Alfena
Estreia (2ª Fase de Criação): 9 de Janeiro de 2008 – Teatro Carlos Alberto
*Interpretação na 1ª Fase de criação, substituída por Joana Luz Figueira na 2ª Fase
Uma cena pode ter múltiplos subtextos. Por isso mesmo, não existe uma metáfora para a encenação deste espectáculo, mas antes uma multiplicidade de metáforas e possibilidades de leitura, que visam levar ao extremo dois pressupostos simples e concretos: a possibilidade da criação de uma ficção, um "fingimento" que a imagem bidimensional da tela propicia, e, por oposição, a criação de uma verdade tridimensional, assente na realidade de uma situação de presença espaço-tempo, que o teatro permite. Trata-se pois, para nós, de uma vertigem. Uma vertigem simbólica e figurativa que pode ter múltiplas leituras e interpretações e não é nossa intenção reduzir a amplitude de leituras possíveis do espectáculo, ainda assim, assolados por essa vertigem, perguntamo-nos: porque temos a necessidade de criar ficções? Porquê essa necessidade de criar mundos imaginários mais perfeitos que o mundo real? Terá o artista que colocar esta obrigatoriedade no seu exercício de funções? Terão os fazedores de Teatro que submergir o espectador em mundos inalcançáveis ou inatingíveis, onde tudo pode ser perfeito e possível?
Fotografias de Ana Lúcia Cruz“ Toda a gente diz: um romance é um espelho. Mas o que é ler um romance? Creio que é atravessar o espelho. Subitamente, encontramo-nos no lado de lá, no meio de pessoas e objectos que parecem familiares. Mas só aparentemente, pois na realidade nunca os tínhamos visto antes. E as coisas do nosso mundo, por sua vez, ficam do lado de fora e convertem-se
Jean-Paul Sartre, Situações I
quarta-feira, 19 de março de 2008
terça-feira, 18 de março de 2008
Vertigem: um processo contínuo de criação
Vertigem é um espectáculo que cruza as linguagens do teatro e do vídeo, resultante de um processo contínuo de criação que teve a sua primeira fase em Março e Abril de 2007, culminando numa apresentação pública a 21 de Abril, no Centro Cultural de Alfena (Valongo). O espectáculo que agora se apresenta resulta de uma nova fase de criação, durante a qual se aprofundaram conteúdos e formas.
Durante o processo da primeira fase de criação de Vertigem, devido à proximidade entre os vários elementos da equipa, surgiu o desejo de criar uma linguagem pluridisciplinar, onde as fronteiras entre as diversas áreas se tornassem muito ténues, quase invisíveis, e onde o universo plástico adquirisse uma relevância e um carácter dramatúrgico muito fortes, chegando mesmo a constituir-se como uma personagem comunicante.
Na génese de Vertigem estão vários pressupostos: a definição da temática, através do conceito figurativo do termo vertigem e do seu relacionamento com outros três motes – sonho, medo, desejo; a definição conceptual de três personagens – Doutor, Agnes e Mulher Digital; a criação de um dispositivo cénico que permite a manipulação e o jogo entre ficção e realidade; o recurso a materiais textuais e imagéticos, como, por exemplo, O Sonho e Inferno de August Strindberg.
O resultado é consequência de um trabalho em conjunto de co-criação, em que se quebram hierarquias teatrais e onde se parte do levantamento de materiais diversos para realizar uma posterior escrita dramática e coreográfica.
Paralelamente ao espectáculo “Aqui Ninguém Perde a Cabeça por um Braço”, o Primeiro Andar realizou, durante a temporada na cidade do Porto, um conjunto de actividades com o intuito de dar a conhecer não só o processo de criação e construção do espectáculo, assim como promover e lançar novos textos, novas caras, novos artistas e novas ideias emergentes do panorama teatral português.
AQUI... EXPOSIÇÃO
Exposição de Fotografia e Vídeo de
Local: Plano B (Porto) e Mercado Negro (Aveiro)
AQUI... LEITURAS
Leituras de textos de Nuno Preto, Tiago Rodrigues, Fernando Moreira e Pedro Eiras, dirigidas por Sara Costa, José Nunes, Inês Mariana Moitas e Joana Figueira.
Local: Plano B (Porto)
AQUI... MÚSICA
Concerto com Rui Lima e Sérgio Martins.
Local: Plano B (Porto)
AQUI... OFICINAS
Expressão Dramática – José Nunes e Joana Figueira
Expressão Plástica – Ricardo Preto
Local: Escola Secundária Carolina Michäelis (Porto)
Sinopse
António e Daniel são dois irmãos gémeos que viajam para a casa da barragem, na aldeia da mãe, com o objectivo de Daniel poder escrever um novo livro.
Daniel está esgotado, sem ideias. Para solucionar o problema e como é o dia do seu aniversário, convida quatro ex-namoradas para uma festa. Quando estas chegam, Daniel simula a sua morte. Aparentemente é uma ideia para o livro, mas assim que elas descobrem a patranha as coisas mudam de rumo.
É neste antagonismo complementar das vidas de António e Daniel, nas relações que vão mantendo com as ex-namoradas que a acção se desenrola no sentido de uma busca comum pela sobrevivência artística.
Ficha Artística:
Texto e Encenação: Fernado Moreira Interpretação: Gilberto Oliveira, Inês Mariana Moitas, Joana Figueira,
Apresentações:
Teatro de Vila Real – 2 de Fevereiro de 2007 (Estreia)
Teatro Helena Sá e Costa (Porto) –
Teatro Aveirense – 28 de Fevereiro de 2007